CIRCUITO IAGO
Transcriação epidêmica caseira (2020)
Estreou em julho de 2020,
no canal do YouTube de Fernando Barcellos
Transcriação epidêmica caseira da performance homônima para videodança, realizada durante a pandemia de COVID-19 em 2020 e gravada com um iPhone 7.
Ficha técnica
Concepção, direção, roteiro, coreografias e performance:
Fernando Barcellos
Montagem e assistência de direção: Stefani Mota
Trilha sonora original - Atos 3 e 4: Barulhista
Participações especiais - Ato 2:
Marina Silvério (Iago)
Gustavo Baracho (Rodrigo)
Produção: Fernando Barcellos
Realização: Coletivo Sala Vazia

Prêmios e seleções
Críticas
"No vídeo do Circuito Iago, do ovo cozido (que não quebra, apesar de parecer frágil, como nosso racismo estrutural, nossa misoginia tirânica, nossa masculinidade assassina) à Vanusa sampleando o hino (Salve Vanusa!), passando pelo Iago/Fernando que, coreógrafo, sampleia mitos, falas reaças, há a exposição da naturalização do horror, algo que deveria ser do estético, e provocar catarse, mas que no Brasil contemporâneo vazou para a realidade manipulada por desejos de golpe e desumanização cotidianos. Iago entende de golpes e você entende de Iago. Creio que você conheça, mas lembro o livro "Maneiras trágicas de matar uma mulher", de Nicole Loraux. Um ensaio precioso para pensar Desdêmona e tantas outras mulheres, todas mortas em cena pelo ódio do macho instituído no poder. Iago sabe disso, vive disso, suas ações partem da ideia de justiça de quem conhece o motor do poder no corpo."
Leonardo Davino, pesquisador de poesia e canção, Professor de Literatura Brasileira
da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
"O exercício de transposição ou tradução intersemiótica de uma obra a outra ou de um medium a outro nem sempre é bem sucedido. Entretanto, neste caso, a máxima não verdadeira. Excelente argumento audiovisual para uma proposta expressiva, metafórica, inteligente e extremamente bem elaborada a partir da locação encenada da própria casa/apartamento. Tanto a narração verbal quanto a narrativa da coreo-edição são instigantes, coerentes e poéticas. A partir de um formato de videodança com excelente textura cromática, os elementos de figuras e linguagem videográfica são utilizados por meio de cortes como espécies de rasgos na narrativa, ‘verdadeiras punhaladas na continuidade de movimentos’ o que fraciona e também expande as possibilidades corpóreas para ocupar um espaço bidimensional/tela. A mise-en-scène do corpo em meio aos diferentes ambientes do apartamento transforma-se em plataforma expressiva para a coreo-edição do corpo solo coreografado para a tela/câmera de um iPhone 7 observativo e implacável: ele é testemunha da dramaturgia. O diálogo entre a estrutura imagética e a estrutura sonora é eficiente e adequado à poética audiovisual pretendida. Como pontos fortes, salienta-se a edição e o tom dramatúrgico do corpo inteligentemente impressos na narrativa audiovisual."
Cristiane Wosniak, Doutora em Comunicação e Linguagens, Professora de Cinema e Audiovisual
da Universidade Estadual do Paraná



